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Evolução sociocultural, evolucionismo sociocultural ou evolução cultural são teorias da sociobiologia e evolução cultural que descrevem como as sociedades e a cultura mudam ao longo do tempo. Enquanto o desenvolvimento sociocultural traça processos que tendem a aumentar a complexidade de uma sociedade ou cultura, a evolução sociocultural também considera processos que podem levar à diminuição da complexidade (degeneração) ou que podem produzir variação ou proliferação sem mudanças aparentemente significativas na complexidade (cladogênese). A evolução sociocultural é "o processo pelo qual a reorganização estrutural é afetada ao longo do tempo, eventualmente produzindo uma forma ou estrutura que é qualitativamente diferente da forma ancestral".
Trata-se de um termo comum para teorias de evolução cultural e evolução social, descrevendo como culturas e sociedades se desenvolveram através do tempo. Embora tais teorias tipicamente forneçam modelos para a compreensão do relacionamento entre tecnologias, estrutura social, valores da sociedade, e como e por que eles mudam com o tempo, variam quanto à descrição dos mecanismos específicos de variação e mudança social.
A maioria das abordagens do século XIX e algumas do século XX objetivavam fornecer modelos para a evolução da humanidade como um todo, argumentando que sociedades diferentes estão em etapas diferentes do desenvolvimento social. Presentemente, esta linha é continuada em certo grau pela abordagem dos Sistemas Mundo. Muitas das abordagens mais recentes do século XX se concentram sobre mudanças específicas em sociedades individuais e rejeitam a ideia de mudança direcional ou progresso social. A maioria dos arqueólogos e antropólogos culturais trabalham com o arcabouço de teorias modernas de evolução sociocultural. Abordagens modernas para a evolução sociocultural incluem neo-evolucionismo, sociobiologia, teoria da modernização e teoria da sociedade pós-industrial.Quaisquer que sejam os fundamentos em que os cientistas sociais se baseiam, todos estão de acordo em que a sociedade sofreu um processo gradual de transformação ao longo do tempo.
A tentativa mais abrangente de desenvolver uma teoria geral da evolução social centrada no desenvolvimento de sistemas socioculturais, o trabalho de Talcott Parsons (1902-1979), operou em uma escala que incluía uma teoria da história mundial. Outra tentativa, em escala menos sistemática, partiu da década de 1970 com a abordagem dos sistemas-mundo de Immanuel Wallerstein (1930-2019) e seus seguidores. Abordagens mais recentes concentram-se em mudanças específicas de sociedades individuais e rejeitam a idéia de que as culturas diferem principalmente de acordo com o quanto cada uma avançou ao longo de uma suposta escala linear de progresso social. A maioria dos arqueólogos e antropólogos culturais modernos trabalham dentro das estruturas do neoevolucionismo e da sociobiologia e da teoria da modernização.
Muitas sociedades diferentes existiram no curso da história humana, com estimativas tão altas quanto um total de mais de um milhão de sociedades separadas; no entanto, a partir de 2013, o número de sociedades atuais e distintas foi estimado em apenas cerca de duzentas.
A partir das críticas levantadas pela antropologia científica de Franz Boas, Bronislaw Malinowski e Lévi-Strauss, abandonou-se a noção de evolucionismo cultural teleológico. Não necessariamente uma sociedade "progride", tampouco povos com tecnologias menos complexas são primitivos. Após extensivo trabalho de campo, a antropologia provou que cada cultura particular adapta-se aos seus ambientes naturais, tecnológicos, sociais e ideológicos, aumentando ou diminuindo sua complexidade conforme a melhor estratégia adaptativa. Uma sociedade complexa, como a dos romanos, foi substituída por outra mais simples, o feudalismo romano-germânico na Europa ocidental. Organizações de Estado, como os maias evoluíram para sociedades tribais não estatais.